quarta-feira, 27 de março de 2013

O senhor da pequena caixa.

"Todas as coisas - materiais - daquele senhor se resumiam em uma paequena caixa de papelão, seus oitenta e poucos anos bem marcados nas suas expressões pelo tempo demonstravam que a bagagem trazida era bem maior que a pequena caixa. Mas quem realmente se importa? As roupas sujas causam a repulsa da maioria que ali passa, e o restante das pessoas que para ele olham o julgam, parecem não se importar. O olhar marcado pelo tempo, mas nem por isso menos expressivo ou sereno nem é notado pelos transeuntes apressados, muito menos pelas autoridades governamentais que cada vez menos se preocupam com as vidas dos que pouco possuem. São ricos de experiencias de vida, ricos em sentimentos, mas isso realmente não importam para os que ditam as regras, e assim estas pessoas vao ficando esquecidas.. Marginalizadas. E os que se precupam em olhar, sentir, ouvir e ajudar ja são tão poucos que as vozes parecem roucas e enfraquecidas. E sendo assim, o senhor da pequena caixa continua sentado no ponto de onibus, enquanto a cidade cada vez mais egoista e apressada esquece sua existencia."

(Tania Cardenete)

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